A América Latina percorreu um caminho em direção à conectividade, alcançando maior eficácia na conectividade no setor educacional. Para atingir este objetivo, os governos devem implementar o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação (TIC), tudo isto apoiado pela reforma das políticas públicas para garantir a prestação de serviços.
No Brasil, por exemplo, 94% das escolas brasileiras que oferecem Ensino Fundamental e Médio têm acesso à Internet, das quais apenas 58% destas possuem computadores e conectividade de rede para uso dos alunos. Esses indicadores fazem parte da pesquisa TIC Educação 2022, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação Ponto BR (NIC.br).
Com o retorno das atividades presenciais, é muito importante entender como as escolas evoluíram do ponto de vista da conectividade. No setor escolar, segundo a nova edição da pesquisa, 99% das escolas privadas e 93% das escolas públicas têm acesso à Internet, proporção que é de 97% entre as escolas públicas e 93% entre as escolas municipais. Nas zonas rurais, 85% das instituições estão ligadas. Em relação à qualidade do acesso à Internet, 52% das escolas estaduais e 46% das escolas privadas relataram ter velocidade de 51 Mbps ou mais na conexão principal da instituição, proporção que é de 29% nas escolas municipais.
82% das escolas estaduais e 73% das escolas privadas possuem simultaneamente computador e acesso à Internet para uso dos alunos, enquanto apenas 43% das escolas municipais disponibilizam ambos os recursos tecnológicos. A maioria das instituições de Ensino Básico e Secundário conectadas têm acesso à Internet disponível para utilização dos alunos em pelo menos um dos seus espaços (80%). Tanto nas escolas particulares (66%) quanto nas municipais (60%), esse acesso é feito dentro da sala de aula. Nas escolas públicas, os laboratórios de informática (67%) e as bibliotecas ou salas de estudo (66%) são os espaços predominantes.
Dentre os diversos fatores que afetam a conexão, destacam-se situações como o sinal de Internet não chegar às salas de aula mais distantes do roteador (55%), a Internet não permitir muitos acessos ao mesmo tempo (50%), resultando em má qualidade da Internet (41%), estes são identificados com maior frequência nas escolas públicas. Nas instituições privadas estes aspectos também são mencionados, mas com percentuais mais baixos: 21%, 15% e 14%, respectivamente.
Nos municipais, o principal obstáculo mencionado foi o fato da Internet não permitir muitos acessos ao mesmo tempo (45%), seguido do sinal de Internet não chegar às divisões mais afastadas do router (38%) e da baixa qualidade (35%). Estes são obstáculos ao uso de tecnologias digitais nas atividades de ensino e aprendizagem.
Os serviços de banda larga móvel apresentam-se como uma alternativa para fornecer acesso aos estabelecimentos de ensino. Tecnologias como LTE e 5G permitem oferecer dados robustos e de alta velocidade. Para desenvolver estes ecossistemas, é necessário que as autoridades implementem políticas que tendem a oferecer maiores porções de espectro radioeléctrico à indústria das telecomunicações móveis.
Para incentivar o desenvolvimento dessas tecnologias, também é importante gerar uma agenda com futuros leilões de espectro que proporcionem às operadoras previsibilidade no layout de suas redes. No mesmo caminho, é necessário estimular o desenvolvimento da infraestrutura por meio de políticas que concentrem as demandas dos diferentes níveis do estado, bem como a criação do conceito de janela única.
O Brasil está avançando no desenvolvimento do acesso à banda larga nas escolas, conforme demonstrado por suas pesquisas. Embora deva manter o seu trabalho no desenvolvimento da banda larga, especialmente móvel, para potenciar esses esforços.